Este foi um dos livros que já foi lido este ano e que nos traz uma visão diferente e aprofundada sobre a Guerra de África.
Neste livro, Brandão Ferreira, mostra-nos as causas da guerra, os seus antecedentes históricos, a posição de Portugal no mundo, a "justeza" ou não da guerra, a legitimidade de Portugal em possuir os territórios ultramarinos, a política de Portugal em relação a esses territórios, a conjectura mundial (a invasão de Goa pela Índia, o apoio Russo e Norte-Americano aos movimentos independistas) e as pressões que Portugal sofreu dos outros países por causa desses mesmos territórios ao longo dos séculos, desde as descobertas até às independências.
Fala também sobre a política e as condições sócio-económicas de Portugal e dos territórios ultramarinos, a sustentabilidade da guerra e do desgaste de Portugal que culminou com o 25 de Abril de 1974 e a má retirada de Portugal de África.
Apesar de não concordar com alguns pontos de vista (nomeadamente políticos) do autor, considero este livro um documento soberbo, exaustivo, pormenorizado e interessante sob o ponto de vista historiográfico e social.
Apesar de a guerra já ter terminado à quase 40 anos, ainda é um tema "tabu" e muito mistificado, este livro como atrás disse mostra uma visão totalmente diferente, objectiva, e sem receios de fazer certas afirmações ou verdades que foram reprimidas durante estes anos todos, por não serem "politicamente correctas".
A guerra existiu, durou de 1961 a 1975, milhares de homens de ambos os lados nela combateram em frentes diferentes (Goa, Angola, Moçambique e Guiné) e não podemos esquecê-la, temos de olhar para ela objectivamente e tirar todas as lições possíveis de tudo o que nela aconteceu directa ou indirectamente.
Nesse aspecto este livro está fantástico e recomendo-o a toda a gente.
1 comentário:
Olá Nuno!
Estou aqui há quase uma hora a ver o teu blogue, é claro que não li tudo o que aqui está mas vi todas as entradas e comentei os livros que li.
Gostei muito de saber que estás aqui e é mais uma forma de te conhecer.
beijinho, eugénia
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