Recentemente li mais um livro de um dos maiores escritores Portugueses vivos.
O livro em questão é "Os Cus de Judas" de António Lobo Antunes, apontado por muitos como o nosso próximo "Nobel da Literatura".
Este livro, o segundo na sua já vasta carreira, publicado em 1979 é uma espécie de relato, profundo, duro e intimista sobre a sua experiência, durante os 27 meses que serviu como Alferes/Tenente milicano médico na guerra colonial, mais propriamente em Angola.
O livro, funciona como uma espécie de diálogo entre ele a uma outra personagem feminina, que se inicia num bar de noite e continua noite dentro até de manhã na casa dele.
Dividido em 23 capítulos, identificados com as letras do alfabeto, cruza o presente (da época em que foi escrito o livro), com o passado, através da descrição da guerra.
Os episódios em relação à guerra são duros, vistos com a intensidade de quem neles participou, com uma linguagem própria, sem pudor e sem esconder nada, descrevendo a violência exterior da guerra, com os combates, mortes, feridos, sangue, etc., como a interior própria de quem nela participava, com os seus conflitos morais ou ausência deles.
Os intervenientes são apresentados como pessoas normais, que sujeitas à situação particular da guerra que respondem às situações de diversas maneiras, mostrando a natureza humana debaixo de condições adversas..
Fica também demonstrado neste livro uma crítica muito grande ao regime, tanto nos acontecimentos relativos às intervenções de inspectores da PIDE no terreno, como às chefias militares e políticas em Lisboa.
Adorei este livro, não é de leitura fácil e tem passagens muito fortes, tal como os restantes livros de Lobo Antunes é para ser lido com muita calma, paciência e gosto.
Mostra uma fase difícil na história portuguesa contemporanea, que deixou feridas, físicas e psicológicas a uma geração inteira de jovens que foram enviados para a guerra, sem saber muito bem porquê...
Recomendo este livro a todos.
Pipas
O livro em questão é "Os Cus de Judas" de António Lobo Antunes, apontado por muitos como o nosso próximo "Nobel da Literatura".
Este livro, o segundo na sua já vasta carreira, publicado em 1979 é uma espécie de relato, profundo, duro e intimista sobre a sua experiência, durante os 27 meses que serviu como Alferes/Tenente milicano médico na guerra colonial, mais propriamente em Angola.
O livro, funciona como uma espécie de diálogo entre ele a uma outra personagem feminina, que se inicia num bar de noite e continua noite dentro até de manhã na casa dele.
Dividido em 23 capítulos, identificados com as letras do alfabeto, cruza o presente (da época em que foi escrito o livro), com o passado, através da descrição da guerra.
Os episódios em relação à guerra são duros, vistos com a intensidade de quem neles participou, com uma linguagem própria, sem pudor e sem esconder nada, descrevendo a violência exterior da guerra, com os combates, mortes, feridos, sangue, etc., como a interior própria de quem nela participava, com os seus conflitos morais ou ausência deles.
Os intervenientes são apresentados como pessoas normais, que sujeitas à situação particular da guerra que respondem às situações de diversas maneiras, mostrando a natureza humana debaixo de condições adversas..
Fica também demonstrado neste livro uma crítica muito grande ao regime, tanto nos acontecimentos relativos às intervenções de inspectores da PIDE no terreno, como às chefias militares e políticas em Lisboa.
Adorei este livro, não é de leitura fácil e tem passagens muito fortes, tal como os restantes livros de Lobo Antunes é para ser lido com muita calma, paciência e gosto.
Mostra uma fase difícil na história portuguesa contemporanea, que deixou feridas, físicas e psicológicas a uma geração inteira de jovens que foram enviados para a guerra, sem saber muito bem porquê...
Recomendo este livro a todos.
Pipas
2 comentários:
Lobo Antunes não é um autor fácil, por isso nem toda a gente o lê. E tal como todos os escritores da sua geração foi marcado pela experiência da Guerra do Ultramar.
Dás uma boa sugestão. Espero um dia desses ler essa obra.
Nunca li um livro desse senhor...também não posso ter lido tudo LOL
Mas excertos já li...
Toda a cena da guerra colonial é para mim um intelectual turn off...confesso
:)
Enviar um comentário