segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Povo que Lavas no Rio - Pedro Homem de Mello


Povo que lavas no rio
E talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão.
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não.

Fui ter à mesa redonda
Bebi em malga que me esconde
O beijo de mão em mão.
Era o vinho que me deste
A água pura, puro agreste
Mas a tua vida não.

Aromas de luz e de lama
Dormi com eles na cama
Tive a mesma condição.
Povo, povo, eu te pertenço
Deste-me alturas de incenso,
Mas a tua vida não.

Povo que lavas no rio
E talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão.
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não.

1 comentário:

Figo disse...

Olha muito interessante essa poesia, quem é este poeta, não o conheço....


Atualmente estou lendo Kundera "Risíveis Amores" está sendo bem prazeroso.

Abraços e feliz ano novo.

p.s: Comentei no livro do o Tostói!