quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Sharpe - Bernard Cornwell


Boas amigos(as), como várias vezes referi, um dos géneros literários que mais aprecio é o romance histórico, já vos falei da série "O Capitão Alatriste" de Perez-Reverte, de "Os Romanos" de Max Gallo e da série "Master and Commander" de Patrick O' Brian.
Hoje venho falar-vos de outra série que tenho lido ultimamente, (já li cerca de 4 livros da série) e que se passa na mesma época histórica que a série "Master and Commander, ou seja durante as guerras Napoleónicas, e que são as aventuras do fuzileiro Richard Sharpe.
Richard Sharpe é um soldado dos fuzileiros reais de Inglaterra que tem uma infância atribulada, nasce nos finais do século XVIII, filho de uma prostituta e de pai desconhecido, cedo se torna orfão, vive na miséria, e sobrevive de pequenos crimes até que para escapar à justiça se oferece como voluntário para o exército real.
É colocado na Índia onde participa em várias campanhas onde se vais distinguindo devido à sua coragem e à sua perícia como soldado. É na Índia que conhece e se torna "protegido" do famoso general Arthur Wellesley, (mais conhecido como Duque de Wellington), após lhe salvar a vida numa batalha.
A parte mais conhecida da série e a qual eu já li alguns livros como atrás referi e que igualmente se encontra traduzida em Português, são as suas aventuras na chamada "Guerra Peninsular", em Portugal e em Espanha, onde Sharpe vai passando por várias aventuras e batalhas determinantes do desenrolar das Guerras Napoleónicas, nessas aventuras vai ganhando o respeito e a liderança dos seus homens, progredindo na carreira devido ao seu valor e não à sua riqueza, visto que naquela altura os postos de oficiais eram comprados e não atribuidos.
Sharpe é uma personagem sólida, um homem de coragem, inteligente, um grande líder e que tal como o autor o descreve, "Não é um oficial mas também não é um soldado".
Nesta série, Cornwell descreve-nos igualmente e com um grande rigor histórico, essa época atribulada que foi a guerra contra Napoleão, descreve as batalhas com um grande realismo, bastantes pormenorizadas tal como a vida, equipamentos, armas e fardas dos soldados da época sejam eles Ingleses, Franceses, Portugueses ou Espanhóis.
Nota-se um grande trabalho de investigação e como disse um grande rigor histórico, os livros são bastantes fáceis de ler, as histórias apetitosas e viciantes, dando vontade de ler os livros todos da série (coisa que conto fazer).
É uma boa sugestão para uma leitura descontraída e empolgante.
Bernard Cornwell para além das aventuras de Sharpe tem também várias obras dentro romance histórico mas passadas na época do Rei Artur e na Idade Média, igualmente bastante boas e interessantes.
Fiquem bem
Pipas

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A Montanha da Alma - Gao Xingjian


Olá amigos(as), eu sei que há muito não vinha aqui, mas como já disse em outros posts e no Pipasblog, a minha vida pessoal e profissional de momento não me permite vir até aqui com a regularidade desejada.
Apesar destes inconvenientes pessoais, não deixei de ler evidentemente e como prova disso, hoje venho fazer um post sobre um livro lindo que li à pouco tempo.
O livro em questão chama-se "A Montanha da Alma" e é do escritor Chinês Gao Xingjian.
Gao Xingjian, para além de escritor é também um excelente pintor, dramaturgo e filósofo, um dos maiores pensadores Chineses da actualidade, que venceu o prémio Nobel da literatura no ano 2000.
Gao infelizmente foi reprimido pelo regime comunista chinês, sendo inclusivé preso e enviado para um campo de re-educação durante a "Revolução Cultural" chinesa.
Na década de 60 vem para a Europa e em 1997 assume a cidadania Francesa.
Este livro propriamente dito, descreve uma viagem à China profunda, onde o autor explora de forma metafísica, filosófica e ao mesmo tempo real a vida e quotidiano do povo Chinês.
Partindo do ponto de um encontro entre um Homem e uma Mulher, e a sua busca por uma "Montanha da Alma", perdida algures numa remota região da China, Gao dá a conhecer através de um conjunto de pequenas estórias que se unem entre si e tendo os personagens principais como intervenientes, a História da China, os seus costumes, a sua política, religião e superestições, dando com isso também um carácter de fantástico ao livro.
A Montanha da Alma, convida também à introspecção, a pensar no futuro e no passado e a tentar perceber o que é a vida e para o que ela serve.
É um livro muito interessante, com um enredo onde por vezes o misticismo se envolve com o real, criando uma aura de mistério, mas fabuloso de se ler.
Espero que gostem!
Pipas