Com este post, provavelmente irei contra a corrente em relação a este livro. Mas como este blog não é de crítica literária mas sim onde deixo a minha opinião sobre os livros que leio, vou ser sincero, como sempre sou mesmo que vá "contra a corrente".
Este livro, criou-me muitas expectativas, muita gente me disse bem dele, o filme baseado nele fez um sucesso estrondoso e eu próprio que já tinha lido outras coisas de Ian McEwan e tinha gostado, por isso tudo prometia que ia ser igual com este livro.
Mas para mim este livro foi uma desilusão!
Talvez por ter ouvido tanto sobre ele, tenha criado uma imagem na minha cabeça e depois de o ler, essa realidade fica muito aquém daquilo que esperava.
O livro estruturalmente está muito bom, o Ian McEwan é um óptimo escritor, com provas dadas e a história até tem muito potencial...
O problema é que na minha opinião (e desculpem a expressão) este livro está demasiado "lamechas"!
Tudo bem que a história talvez a isso obrigue, é uma história de amor, separação, intriga e arrependimento, mas na minha humilde opinião ele perde muito tempo na narrativa, na descrição de sentimentos e até mesmo de lugares.
A primeira parte do livro, onde eles ainda são todos jovens e onde se dá o "acontecimento" que é o mote da história, é muito maçudo. Por um lado é interessante a parte dos mesmos acontecimentos serem vistos pelos pontos de vista dos diferentes intervenientes mas ao mesmo tempo isso torna-se um pouco repetitivo e é também a meu ver a parte onde ele se deixa levar mais pela descrição sentimental e amorosa.
A segunda parte anos mais tarde e passada durante a 2ª Guerra Mundial, mais propriamente na retirada de França, já está melhor mas podia ter sido mais bem explorada a nível de acção, claro que este não é um livro de guerra, mas esse cenário podia ter sido mais aproveitado.
A terceira parte, para mim ainda é a melhor, gostei da descrição dos hospitais e da chegada dos feridos de França e da vida na Londres dessa época.
No geral o livro é bom, tem qualidade e não lhe nego esses atributos, talvez a culpa não seja do livro mas minha, por não ligar muito a essa temática do sentimental e emocional a nível do amor entre duas pessoas.
Por vezes parecia que estava a ler uma "tragédia grega".
7 comentários:
:) Aqui está uma opinião diferente daquilo que tenho lido por aí...
Como ainda não vi o filme, nem li o livro não posso pronunciar-me.
Estive a dar uma olhada aos teus livros preferidos e tirando um outro, que ainda não li, temos muitos gostos em comum. No entanto, há aqui um que me causou cócegas... "Ficções" de Jorge Luis Borges. Já tentei ler este livro por duas vezes e deixo-o sempre ao fim de umas quantas páginas... Diz-me... O que tem o livro de tão especial para o considerares como um dos teus favoritos? Será que vou ter que tentar uma terceira vez? :)
Um óptimo fim-de-semana para ti!
Achei imensa piada à tua opinião. Não por ser engraçada, mas porque é diferente da minha e gosto de ler opiniões diversas da minha e ver como o mesmo livro provoca diferentes reacções nas pessoas. Isto porque os livros estão lá, são estanques, não são bons nem maus: quem lhes dá vida e cor são as pessoas que os lêem.
Eu adorei este livro, porque cheguei ao fim e percebi que tem tudo o que eu gosto num livro: está bem escrito, tem uma boa história e tem lamechice, como lhe chamas, que me agrada sendo eu uma romântica incurável. Daí que afirme e volte a afirmar: os livros são bons ou maus conforme as pessoas que os lêem... É a magia disto tudo!
Já agora, parabéns pelo blog ;)
Concordo em parte com a tua opinião: a 1ª parte custou a ler, imensa descrição e a história não andava! Além disso, as minhas expectativas eram muito altas por tudo o que tinha lido e acabei por criar a minha própria história com os dados que fui recolhendo. No final, não tinha ponta por onde pegar!
Mas como diz a Canochinha, nós é que damos a cor ao livro, portanto, à parte da descrição (exagerada), sou incapaz de comentar muito mais, porque o problema foi ter lido tantas opiniões e resumos do livro. Ao mesmo tempo foi uma lição para as leituras futuras. :)
Eu não li o livro, mas vi o filme e adorei-o, tendo uma opinião diametralmente oposta acerca do conteúdo da história.
Expiação é de facto uma história sobre culpa, remorso e redenção. Ou seja, o passado e a culpa andam sempre de mãos dadas, por isso há que exorcizá-los. E a irmã de Cecilia escolheu a escrita como forma de se libertar do remorso que a perseguia...
É engraçado teres falado da tragédia grega, porque cada vez que leio McEwan sinto o trágico a querer aparecer a todo o momento. Ao longo dos livros surgem indícios de que uma pequena tragédia está para acontecer, e quase todos têm um clímax e um anti-clímax, tal como nas tragédias gregas.
É como já aqui foi dito cada um tem a sua visão: eu adoro estas tragédias dos tempos modernos. Acho Expiação uma obra magistral.
Aqui no Brasil o livro se chama Reparação... Também achei bem devagar a primeira parte do livro... a loucura da guerra está muito bem apresentada na outra parte... até esse momento, o livro não havia me surpreendido, o que é estranho nos livros de McEWan, que sempre parecem ter excelentes começos e depois perdem o fôlego... a parte final soube me fisgar e me emocionou bastante: com isso fiquei impressionado com a história e me motivei a ver o filme.
Também não gostei do livro e não tinha expectativa nenhuma sobre ele. Se calhar porque não gosto de livros históricos!!!
De facto também já tentei ler Jorge Luis Borges (ficções e Aleph) e não consegui passar das 1ªs paginas
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