segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O Tempo dos Imperadores Estranhos - Ignacio Del Valle



Mira que te mira Dios;
mira que te está mirando;
mira que vas a morir;
mira que no sabes cuándo.


Quando aparece um soldado morto em plena Rússia durante a II Guerra Mundial, isso não é fora do comum, mas quando esse soldado morto se encontra degolado e completamente sem sangue, já não é normal, menos normal ainda, é quando no corpo se encontra gravada o primeiro verso da quadra acima posta, (Mira que te mira Dios).
Este é o mote para este livro cuja acção se passa na frente russa durante a II Guerra Mundial, mais propriamente na Divisão Azul, um exército de voluntários espanhóis que lutaram juntamente com os Alemães contra os Russos.
Uma sucessão de homicídios, rituais maçónicos, um soldado com um passado problemático e um sargento com problemas gástricos nomeados para descobrir o homicida, mas apanhados na "guerra surda" de interesses entre o exército e os falangistas, são os ingredientes que fazem parte desta história.
O livro tem uma óptima base para ser um bom livro, uma boa temática e personagens complexos mas dá a sensação que falta aguma coisa, penso que a acção poderia ter sido mais explorada, de certeza que se conseguia um livro bem melhor. Para além da parte policial, também temos a parte "existencial" em que as diversas personagens se interrogam e se revelam, quando expostos a situações extremas como foi a guerra na Rússia durante o inverno.
É um livro que se lê bem, aprendem-se alguns factos da história de Espanha e consegue entreter-nos durante algum tempo.
Mais uma vez digo que na minha opinião acho que o livro tinha temática para ser mais explorada e desenvolvida, dá a sensação que falta ali qualquer coisa à medida que vamos lendo e que a acção se desenrola depressa demais.


5 comentários:

Cristina disse...

Também li esse livro há pouco tempo e fiquei com a mesma sensação. Há uma boa base histórica para a obra, mas as coisas parecem cair de para-quedas. O protagonista é confuso e, muitas vezes, não sabemos se estamos a acompanhar a acção ou os seus conflitos interiores. Foi uma desilusão...

Anónimo disse...

Não sei se me deixas tentar amigo. Cheira-me a literatura pesada...

kiss kiss

Isabel disse...

Nunca li, nem conhecia o autor. Pelos vistos não ficaste muito entusiasmado. Nem todos os livros podem ser maravilhosos, não é?
Olha, não sei se já viste no meu blog, mas eu faço parte dum blog colectivo: Academia de Livros, onde alguns bloggers sugerem livros que acham interessantes, se quiseres participar diz qualquer coisa, serás bem-vindo!

Roberto disse...

É um livro fantástico, me gostou desde princípio a fim. O recomendo a todos

Rui Castro disse...

Eu gostei muito!